Ricardo Tavares é um jogador de poker paulistano que conseguiu diversos resultados importantes no poker ao vivo no início da década de 2010. Suas poucas entrevistas sobre sua história no poker limitam o conhecimento sobre sua vida aos seus resultados nos feltros.
Aparecendo para o Brasil
Foi em 2011 que Ricardo Tavares ganhou destaque nas mídias do poker nacional. Ele engatou no Main Event da World Series of Poker Europe (WSOPE), com buy-in de 10.400 euros e conseguiu fazer uma deep run. O torneio teve 593 jogadores e Ricardo terminou na 23ª posição, levando 37 mil euros.
Na época, a WSOPE tinha apenas quatro anos de vida e não atraía tantos recreativos quanto “sua irmã mais velha”, dos Estados Unidos, portanto, os fields eram extremamente complicados, o que engrandeceu ainda mais o feito de Ricardo Tavares.
Para se ter uma noção, a mesa final daquele ano contou com Elio Fox (campeão), Chris Moorman (vice), Jake Cody (sétimo), Max Silver (oitavo) e Patrik Antonius (nono). Ainda estiveram na reta final nomes do calibre de Erik Seidel (21º) e Liv Boeree (36º).
O maior resultado da carreira
Em dezembro de 2012, depois de quase 40 horas jogando poker, Ricardo Tavares terminava à frente de 1.611 jogadores e vencia o torneio mais importante do Brasil, o BSOP Millions, mas a tarefa não foi fácil.
O Dia Final do torneio havia começado com 17 jogadores e ele tinha o oitavo maior stack. O acriano Helder Júnior era o chip leader e tinha uma história interessante: ele havia saído do Acre com pouco mais de R$ 2 mil no bolso e quase não engatou no Main Event, que tinha buy-in de R$ 1.800, porque era praticamente todo seu dinheiro. Entre os sobreviventes ainda estavam dois gringos, o italiano Simone Zanetti, que terminaria na 10ª posição (R$ 19.000) e o português João Carmo, hoje já naturalizado brasileiro, e que chegaria a sexta posição para R$ 90.000.
Quando a mesa final foi formada, Ricardo tavares tinha conseguido um grande stack, com 7,8 milhões de fichas, ele era o terceiro colocado, atrás do próprio Helder (9,2 milhões) e do seu conterrâneo Alexandre Crespi (9,1 milhões). A mesa final ainda contava com Victor Begara, o “headao”, jogador profissional que na época estava no Akkari Team, mas que depois passaria por 4Bet e 9Tales, e com Rodrigo Moraes, irmão de ninguém menos que Rafael Moraes.
A mesa final foi insana. Uma sequência de mãos ruins mandou Alexandre Crespi para o chuveiro na 8ª posição e catapultou Ricardo para a liderança, que ele não largou mais. No heads-up, ele enfrentou o herói Helder, mas com uma desvantagem de quase 10 para 1 em fichas, o jogador do Acre foi presa fácil.
O heads-up durou apenas duas mãos, com Ricardo Tavares indo all-in de K♠J♠ contra 3♦3♣ de Helder. O flop J♣8♦5♦ deixou Ricardo com uma mão na taça, o turn, um 10♠, e o river, um A♣, confirmaram o título. Pelo título, o paulista levou R$ 500.000.
Sete curiosidades sobre os resultados de Ricardo Tavares
- Ricardo Tavares possui $630,7 mil em premiações na carreira, número que o coloca entre os 60 jogadores brasileiros que mais ganharam dinheiro em torneios de poker ao vivo.
- Além do Brasil, Ricardo Tavares já premiou em eventos de poker em outros seis países diferentes: Espanha, Estados Unidos, França, Mônaco, Panamá, e Uruguai.
- Seu primeiro ITM registrado foi no Main Event do BSOP Millions de 2010, em São Paulo, quando ficou em 21º lugar e levou R$ 5.300. Aquele foi o primeiro torneio Millions da história, teve buy-in de R$ 1.150 e exatamente 1.000 jogadores inscritos.
- O último ITM registrado de Ricardo Tavares no Brasil foi em dezembro de 2018, em um evento paralelo do BSOP Millions, em São Paulo. Foi um torneio turbo de R$ 1.500, em que ele terminou na 39ª posição de 512 entradas e levou R$ 3.240.
- Entre 2019 e 2022, Ricardo Tavares só teve premiações nos Estados Unidos, sendo a maior delas em um torneio de $400 no Pinktober Poker Open, na cidade de Tampa, em que ele ficou em 2º de 854 e embolsou $36.251. Neste mesmo período, ele teve cinco premiações na WSOP e uma no Main Event do WPT.
- Ricardo Tavares coleciona traves caras na carreira. Além do vice do Pinktober, ele também foi segundo em um dos eventos paralelos mais populares do EPT, o Turbo 8-Max. Em 2012, na etapa de Barcelona, ele ficou em segundo no torneio de 2.100 euros e levou 28,1 mil euros. O campeão, o húngaro Peter Dragar, levou 44,8 mil euros.
- Outra trave cara foi em 2016. Na cidade de Belo Horizonte, em um torneio de caridade organizado pelo 888Poker. O evento teve buy-in de R$ 1.000 e 1.213 jogadores. Ricardo Tavares foi vice e ficou com R$ 133 mil, bem menos dos que os R$ 200.600 que Victor Onizuka embolsou pelo título.
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