Já ouviu o termo “bad beat” enquanto jogava poker? Muitos jogadores costumam pronunciar esse termo durante suas partidas, seja para contar uma história do passado, seja para mostrar sua indignação com uma que está acontecendo neste momento.

Abordamos neste artigo a temática de bad beat no poker, qual o conceito, como acontece, quais cenários são mais propícios de ocorrer, entre outros tópicos importantes. O artigo está dividido em:

  • Como funciona e o que é bad beat no poker: Conceito, significado e como funciona uma bad beat nos jogos de poker. Descubra nos mínimos detalhes o que está por trás dessa palavra tão difundida no poker.
  • Cenários de bad beat em torneios de poker: Grandes bad beats que já ocorreram no mundo dos torneios de poker, reações dos jogadores envolvidos e como isso pode influenciar você nas mesas do carteado.
  • Cenários de bad beat em cash games: Bad beat em cash games de Texas Hold’em, famosas bad beats que já ocorreram em jogos online e mais!
  • Bad beat em Omaha: As bad beats costumam ocorrer mais à medida que o número de probabilidades de formar jogo crescem. Falamos aqui sobre as bad beats em jogos de Omaha com quatro cartas.
  • Como tornar as bad beats insignificantes no poker: O que podemos fazer para simplesmente deixar as bad beats de lado? Existe alguma fórmula para isso? Descubra aqui.
  • Saiba mais: Renove seu roll de conhecimento no poker redescobrindo conceitos e técnicas com nossos artigos presentes em todo o site. Separamos aqui diversos materiais para você continuar sua evolução no mundo do poker.

Partindo diretamente de o que é bad beat no poker e qual seu significado, temos um conceito atrelado a perder com a mão favorita. Como em um caso no qual o jogador possui a melhor mão no flop e o oponente consegue virar o jogo com um turn ou river inesperado.

Um bom caso para ilustrar isso é quando você tem o pior par da mesa, enquanto seu adversário tem os dois melhores pares. Nesse cenário, seu adversário possui mais de 75% de chances de ganhar, enquanto você possuiria próximo dos 23%, como na imagem:

Apesar da enorme vantagem, o turn vem uma dobra do sete, deixando você com uma trinca e massacrando quase que totalmente a mão do seu adversário. Com o river vindo uma completa “blank”, temos então sua trinca de sete como mão vitoriosa, como na imagem:

Consolida-se então, na situação narrada, uma bad beat completa. O jogador inicialmente possuía uma probabilidade baixa de ganhar (em relação ao oponente), mas até a última carta do bordo acabou sendo a mão favorita.

A situação anterior descreve perfeitamente o significado e o que é bad beat no poker. Por ser algo relativamente comum de acontecer no mundo do poker, a bad beat é citada na maioria das modalidades de poker e possui inúmeras histórias de acontecimentos em torneios, mesas de cash game, entre outros formatos de se jogar poker.

Os cenários de bad beat envolvendo torneios de poker são inúmeros – assim como marcantes. No evento principal da World Series of Poker (Copa Mundial do Poker) de 2012, ocorreu uma bad beat insana entre o jogador David Balkin e a jogadora Gaelle Baumann.

Balkin completou uma trinca de dez logo no flop, enquanto Baumann possuía somente um top pair. Ao abrir o turn, a jogadora passou a ter chances de completar um flush e uma sequência (com gutshot). Eis que o river vem uma ótima surpresa para a jogadora, um “flush runner runner”, que é quando o flush draw abre no turn e bate no river.

Balkin completamente seguro com sua trinca de Dez, abre de all-in no river. Toma um call da jogadora e fica de cara ao ver que ela acertou um flush runner runner. Essa situação toda configura-se em uma bad beat.

Outro cenário ocorreu quando Carter Gill fez dois pares altos no flop (em Ás e Dez), enquanto seu oponente tinha apenas um top par (Ás com kicker Dama). Com o surgimento do river, David Paredes passou a ter os dois pares maiores e viu seu adversário anunciar all-in.

Vimos então que a bad beat pode ser consolidada tanto no turn quanto no river, ou pode ser armada no turn para se consolidar no river. Independentemente de quando ocorrer, quando uma mão favorita é quebrada ao longo das “streets”, considera-se que houve uma bad beat.

Os cenários de bad bet estendem-se à maioria das modalidades de poker. O cash game não ficaria fora dessa empreitada! Na imagem acima, o jogador Matthew Staples estava disputando um torneio da PowerFest cuja entrada custava $320.

Em dado momento, o jogador vai all-in antes do flop com AA e encontra um A7 pela frente. Sendo favorito durante o flop e o turn, o jogador não esperava por um river como esse. Acabou sofrendo uma bad beat por um flush que virou de maneira runner runner, fazendo com que seu adversário ganhasse o pote com somente uma carta do flush.

Nessa outra situação, o jogador Jaime Staples foi all-in antes do flop em um torneio cuja entrada custa $112 no partypoker. O jogador encontrou dois pagadores com Ás e Rei (AK) enquanto ele possuía um KK. Essa é uma ótima situação, totalmente confortável para o jogador, dado que seus adversários têm somente dois outs (dois Ases).

Eis que um dos dois outs surgiu logo no flop, sepultando a mão do Jaime. Temos aqui outro exemplo de bad beat, dessa vez um caso bem emblemático dado que somente dois outs salvariam seus oponentes de uma derrota aparentemente inevitável.

Qual tipo de poker você prefere?

As bad beats passam a ter mais chances de ocorrerem quando o número de possibilidades de formação de jogos aumenta. Saindo um pouco do Texas Hold’em e entrando no Omaha 4 cartas, temos a adição de duas cartas na mão de cada jogador, o que faz o número de possibilidades de jogos disparar.

Em uma incrível noite no Playground Cassino, em Montreal (Canadá), um jogador acerta um full house no turn (em Q9), enquanto o outro jogador vê sua mão ser quase que aniquilada com a formação do full house. Ao abrir o river, uma surpresa nada agradável para o full house surge: o único out possível para Royal Straight Flush. A sorte do jogador é que a casa possui o “bad beat jackpot”, que dá uma certa quantia em dinheiro para jogadores que tomam um grande bad beat.

Temos então a presença de uma bad beat, na qual o full house acabou perdendo para um Royal improvável de surgir.

Outra incrível bad beat no Omaha aconteceu no cassino Horseshoe, nos Estados Unidos. Um jogador possuía uma quadra de rei no Turn, enquanto o outro possuía apenas um out para o salvar (o out que daria o straight flush).

Eis que o river vem o dez de copas, dando um straight flush ao jogador que antes estava bem atrás da quadra de reis.

Essa é uma situação inusitada e é considerada uma gigantesca bad beat no Omaha.

As bad beats acontecerão de maneira inevitável, independentemente do quanto o jogador seja habilidoso ou do quanto ele jogue. A única maneira de tornar a bad beat um fenômeno inofensivo para seus ganhos e sua banca é entender o conceito de variância e saber como se esquivar dela.

Em significado puro e simples, a variância é tudo aquilo que foge do esperado naquele cenário. Por exemplo, se um jogador tem 80% de chances de vencer, é esperado que ele vença 8 a cada 10 situações daquelas representadas.

O fenômeno da bad beat entra justamente nas situações não esperadas, que farão seus lucros despencarem a curto prazo. Você pode muito bem perder várias mãos seguidas mesmo estando com 70-80% de chances de ganhar, a isso se deve a chamada “variância”.

Porém, com o passar do tempo e com muito volume, a tendência natural é que essas bad beats que você levou ao perder com 70-80% de chances, vão ficando para trás, e você passe a ganhar quando disputar com essa probabilidade.

Logo, para tornar as bad beats insignificantes, é necessário volume e tempo. Só o longo prazo vai fechar essa conta, retornando seus lucros perdidos em mãos que uma vez foi favorito. Existem softwares que calculam a variância, geralmente estão embutidos em ferramentas de poker, como no Holdem Manager 3.

Compreender e dominar o conceito de bad beat é muito importante para sua evolução no poker. Porém, existem outros temas que devem ser igualmente dominados. Começaremos citando alguns artigos nos quais fizemos análises de livros e autores de grande renome no mundo do poker.

O livro Psicologia do Poker fala da parte mental do jogo, aborda o conceito de tilt, que deve ser compreendido logo nos momentos iniciais da sua carreira como jogador profissional. Já o livro Matemática do Poker e Como vencer torneios já partem para uma área mais técnica do poker, também necessária para sua evolução.

Alguns autores como Jeferson Ferreira, Dan Harrington, Ivan Santana e David Sklansky, são destaques no mundo do poker e devem ser estudados (assim como suas obras). Além disso, é importante saber conceitos-chave do poker, tal como calcular probabilidade no poker e jogo no pré-flop, flop, turn e river.

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