No fim de semana passado, o empreendedor e entusiasta do poker Dustin Jannotti escreveu o post mais popular do ano (até agora) no X do mundo do poker.

Sei que vou me indispor com praticamente todo mundo agora. Mas alguém precisa dizer isso: há 20 anos estamos contando as histórias erradas. A indústria de conteúdo de poker é criativamente falida, e não dá mais para ignorar isso. Estou cansado de ver outros jogos virarem fenômenos globais enquanto a gente repete o mesmo de sempre para um público cada vez menor.

Lutas de wrestling têm roteiro. Xadrez é o jogo mais silencioso do mundo. Golfe é lento. Mas a Netflix fez um blockbuster sobre cada um deles — todos com enorme sucesso financeiro.

E o poker? Um jogo onde pessoas apostam todas as suas economias em duelos psicológicos intensos… e mesmo assim, com sorte, consegue 250 mil visualizações no YouTube. É simplesmente impensável — mas de alguma forma, é a realidade em que vivemos.

“O Gambito da Rainha” atraiu mais interessados para o xadrez em 8 semanas do que todo o conteúdo de poker produzido nos últimos 8 anos.

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As vendas de tabuleiros de xadrez dispararam 1.000%, 5 milhões de novos jogadores surgiram online e a procura por escolas de xadrez dobrou! Tudo isso por causa de uma história FICTÍCIA sobre pessoas mudando pecinhas de madeira em silêncio.

Esqueceu como foi o boom do poker? Ele aconteceu por causa de uma história maravilhosa — não por causa de uma mão específica.
Um contador aleatório com um sobrenome de sorte. Na sua frente, um apostador estiloso com cigarro na boca, saído direto de um filme do Scorsese. E o azarão vence! Essa história capturou a mente de milhões.

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E depois disso? A gente se perdeu. Depois da Black Friday, veio uma seca de 10 anos. O poker sumiu da TV, sites inteiros desapareceram, e a indústria inteira foi parar na UTI. Só agora ela está começando a se recuperar — mas precisamos entender o motivo. Com certeza não é por causa de vídeos de estratégia ou análises de mãos.

O que move essa recuperação são pessoas. Histórias. Personagens. Influenciadores que entendem que poker sem heróis não interessa a ninguém. Mas mesmo com os esforços deles, globalmente estamos presos em uma armadilha.

Enquanto os criadores de conteúdo de poker continuam correndo atrás dos mesmos 250 mil espectadores, a Fórmula 1 conquistou 20 milhões de novos fãs. 99% do conteúdo de gambling é feito para 1% da audiência — que já joga. Enquanto isso, há 300 milhões de jogadores em potencial só esperando para serem entretidos. Mas eles nem ouviram falar de poker.

O que F1, xadrez e wrestling têm que o poker não tem mais? Storytelling. O foco é nas pessoas, não no que elas fazem. Nos personagens, não apenas nos campeões. Nas emoções, não apenas na competição.

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E o que os sites de poker fazem? Investem milhões em botões novos no lobby e nem um centavo em conteúdo — que é o que mais falta.
Preferem gastar $3 milhões em cosméticos do que arriscar $1milhão numa história incrível que pode revolucionar a indústria.
Eles se importam com métricas, não com visão. Com conversão, não com cultura. Com funcionalidade, não com emoção.

Todo mundo vive criticando o Daniel Negreanu e o Phil Hellmuth — mas são justamente eles que tentam coisas novas para popularizar o jogo. Ninguém trouxe tanta gente para o poker quanto eles.

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Em que momento a gente decidiu que “conteúdo revolucionário” é quando alguém paga um 3-bet com J7s pela 37ª vez num stream?
Os líderes da indústria — Hustler Casino Live e High Stakes Poker — cometem o mesmo erro: focam nos potes grandes, não nas grandes histórias. Mas o dinheiro em jogo é só uma parte do quebra-cabeça.

Podemos criar um novo tipo de conteúdo. E vou provar isso com o canal do Alan Keating, com quem estou trabalhando agora.
Narrativa contínua, não só um monte de mãos. Psicologia. Histórias conectadas, não sessões isoladas.

O futuro está com quem entende que o jogo caro é só o palco — não a história em si.

Cansei de ouvir “Quando sai o Rounders 2?” A gente não precisa disso. Precisamos de criadores (e empresas interessadas no trabalho deles) que façam mais pela indústria do que até o primeiro Rounders fez.

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Mas já passou da hora de parar de viver de nostalgia e começar a criar o novo. E se a gente conseguir, então:

  • O poker volta a ser um fenômeno cultural
  • Milhões de novos jogadores vão chegar
  • Os sites e cassinos vão florescer
  • Uma nova geração de criadores de conteúdo vai surgir

Se não fizermos nada, vamos continuar apodrecendo aos poucos, falando com uma audiência cada vez menor.
Vamos virar o que o xadrez era antes do “Gambito da Rainha”.

Donos de sites de poker, se estiverem lendo e já pensando em ROI. Imaginem ser os maiores beneficiados do próximo boom do poker — enquanto os concorrentes continuam correndo atrás de centavos. Imaginem o que 20 milhões de novos jogadores fariam pela indústria.

Durante 20 anos mostramos as cartas. Agora é hora de mostrar os heróis. Durante 20 anos ensinamos como jogar poker. Agora é hora de mostrar por que é legal assistir.

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O tweet viralizou — mais de 420 mil visualizações e dezenas de comentários. Vários jogadores famosos elogiaram Dustin: Kevin Martin, Liv Boeree, Maria Ho, Garrett Adelstein, Jason Koon, Faraz Jaka e até Jamie Gold!

O dono do Hustler Casino Live, Ryan Feldman, respondeu em detalhes:

Disse tudo, você está certo. Acho que temos heróis, mas nos faltam plataformas grandes como a ESPN que elevem o poker ao pedestal. Os dias em que PokerStars e Full Tilt investiam fortunas em embaixadores já acabaram.

Hoje tem muito conteúdo, e alcançar o público médio de poker é difícil. Mas isso não quer dizer que não há nada a fazer. Se a Netflix ou a Hulu quiserem fazer algo sobre poker, podemos agir imediatamente — como fizeram com F1, xadrez, tênis e wrestling. Eu já participei de reuniões sobre isso. Infelizmente, está sendo um processo lento. O poker tem uma reputação ambígua, e muitas celebridades não querem interpretar apostadores que perdem dinheiro na tela. Precisamos pensar no que fazer a respeito.

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Enquanto isso, Max Silver também entrou na discussão no Twitter e atacou o serviço de streaming PokerGO:

O PokerGO, como virtual monopolista de conteúdo de poker, destruiu qualquer chance de um novo boom. E sabotou a popularidade do jogo mais do que qualquer outro.

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Nos comentários, perguntaram por que tanta bronca — afinal, os programas são de qualidade, não?

“A qualidade é absurda”, suspirou Silver. “Mas o paywall garante que só um punhado de fanáticos veja tudo isso. O público geral nunca vai assistir. A barreira de entrada ficou alta demais.”

Muitos concordaram com Max, mas outros lembraram que há muito conteúdo gratuito no YouTube — até mesmo do PokerGO.
E que o verdadeiro inimigo do poker é o governo americano.

Como um usuário comentou:

Cara, poker ainda é praticamente proibido nos EUA. Tudo o que a gente precisa é da legalização. Veja a quantidade insana de propaganda de casas de apostas na ESPN hoje em dia. Imagina se 10% disso fosse sobre poker.

Max não respondeu. Ele provavelmente imaginou isso e ficou sem palavras.