O ano novo chegou, mas segurar A-A nas mãos ainda é uma das melhores sensações no poker. No entanto, o que você precisa para não apenas sobreviver, mas também se destacar em um field cada vez mais forte?
O que fazer quando a competição fica mais difícil?
Hoje, vamos abordar exatamente o que é necessário para vencer nos jogos atuais e como os melhores do mundo fazem isso. Mas, antes, vamos entender o que está acontecendo nessa mão e quem são os jogadores envolvidos.
Quem São Linus e Barak?
Barak Wisbrod, conhecido como "IWasOnly17", foi um dos maiores money printers nos high stakes do GGPoker nos últimos anos. No entanto, isso chegou ao fim quando o GGPoker decidiu banir todos os jogadores da elite de seus jogos high stakes, substituindo-os por um lobby vazio acessível apenas para os chamados jogadores VIP.
Enquanto isso, os pros migraram para um novo site e agora disputam o Cash Game World Championship no CoinPoker. Como não há rake, este é exatamente o tipo de jogo que todos querem ver: um ambiente onde os melhores do mundo podem jogar e provar quem realmente é o melhor. E, claro, isso não poderia acontecer sem a presença de LLinusLLove.
Como se manter competitivo em um field forte? Para ter qualquer chance de vencer em um pool cheio de jogadores bons ou até excelentes, é essencial ter, no mínimo, uma base sólida de GTO. Isso se aplica não apenas aos high stakes, mas também aos jogos de mid e low stakes.
Você precisa conhecer bem as estruturas básicas de ranges pré-flop e as dinâmicas pós-flop, incluindo bet sizing e os respectivos ranges. Para esta mão em específico, a situação era a seguinte:
- Stack efetivo: 200 big blinds
- Impacto no range: Com deep stacks, a estratégia de 3-bet inclui mais mãos suited e é menos polarizada em comparação com um stack de 100 big blinds.
- Ajuste de Linus: Com 200 big blinds, Linus pode pagar com mais mãos suited do que faria com apenas 100 BBs.
No flop , que veio relativamente conectado, ambos os jogadores possuem muitos pares e draws, e poucas mãos com equidade muito baixa que precisariam foldar. O solver prefere um c-bet de tamanho médio, cerca de 50% do pote, e quase sempre aposta aqui.
Linus deve foldar muitas mãos Ace-high e King-high sem backdoors ou flush draws, pois são exatamente essas mãos que possuem equidade extremamente baixa. Fora algumas low pockets, nada mais folda.
No turn, o , não muda muito o cenário, já que muitas combinações de suited connectors foram 3-betadas pré-flop. Ambos os jogadores ainda possuem uma quantidade semelhante de trips ou mãos ainda melhores.
No geral, a mão mais frequente que Barak pode ter aqui é um overpair, enquanto Linus tende a ter um top pair ou um underpair (como a ). Com isso em mente, o solver indica que a melhor bet size para essa situação seria 75% do pote, pois não há vantagem de nuts, mas há uma vantagem de range. Linus teria que foldar muito mais mãos — cerca de 40% do seu range teria que ser descartado, especialmente qualquer coisa pior que top pair, com pouquíssimas exceções.
Até este ponto, todas as apostas feitas por Barak com sua mão real estavam alinhadas com a estratégia GTO. No river, um , acontece uma grande mudança estratégica. O solver nunca recomendaria um bet pequeno de apenas 33% do pote. Em vez disso, ele sugere apostas maiores para extrair mais valor dos overpairs e mãos ainda melhores.
Aqui entra a segunda grande habilidade essencial para vencer nos jogos atuais: a capacidade de explorar (exploit). Essa abordagem é ainda mais poderosa pré-flop, no flop e também no turn. Embora jogar próximo do GTO seja útil nesses limites, entender como e quando se desviar dessa estratégia pode ser a chave para aumentar sua lucratividade.
Ao chegar no river, a chance de ambos os jogadores terem ranges idênticos aos que um solver indicaria é muito baixa, até mesmo para jogadores da elite. A complexidade de cada mão torna impossível memorizar todas as possibilidades. Nesse ponto, saber se adaptar se torna ainda mais importante.
Por exemplo, se Barak tivesse razões para acreditar que Linus pagaria muitas vezes com pocket pairs no turn, ele poderia usar essa suposição para ajustar sua estratégia no river.
Se inserirmos essa variável no solver, travaríamos a estratégia assumida de Linus no turn e analisaríamos a melhor resposta para o river. Se Linus realmente chegasse ao river com muitos underpairs, o ajuste correto seria optar por apostas menores com mais frequência, já que isso faria com que essas mãos pagassem com mais frequência.
Embora não possamos afirmar que essa foi exatamente a intenção por trás da jogada de Barak, esse exemplo ilustra um ponto fundamental: a melhor jogada em uma situação pode ser diferente da primeira solução que um solver apresenta.
Mesmo que a teoria diga que devemos call com de olhos fechados na maioria das vezes, na prática, é mais importante considerar se o oponente realmente terá bluffs suficientes em seu range.
Se ele não tiver, rapidamente se torna um fold exploratório.
Aqui estão alguns fatores que podem influenciar sua decisão:
- Se o oponente está shovando mais agressivamente do que o solver sugere,
- Se ele joga mãos que seriam muito fracas para pagar pré-flop,
- Se ele barrela de forma mais agressiva do que a teoria recomenda.
Se esses fatores estiverem presentes, há uma grande chance de que ele consiga encontrar blefes suficientes para justificar um call GTO. Por outro lado, contra um oponente que se desvia do GTO e não blefa o suficiente, o melhor ajuste é se afastar do GTO e foldar com mais frequência.
Nos low e mid stakes, os jogadores raramente aplicam bluff-raises com a frequência que o GTO exige. Isso significa que, contra a maioria dos jogadores nesses limites, foldar no river contra um raise muitas vezes será a melhor jogada exploratória. A grande vantagem dos solvers é que eles não apenas fornecem a solução GTO para um spot, mas também podem indicar a melhor estratégia contra um oponente que comete muitos erros. Basta inserir as informações corretas e ajustar a estratégia de acordo.
Nos low stakes, por exemplo, muitos jogadores já desviam bastante do GTO desde o flop. Isso significa que, se você conseguir identificar esses padrões cedo, poderá fazer ajustes exploratórios ao longo da mão e maximizar seus lucros.
- Aumento do bônus de primeiro depósito
- Aumento de rakeback e em bônus
- Ajuda com depósitos e saques
- Acesso a freerolls exclusivos
- Suporte 24 horas por dia, 7 dias por semana
O que você acha que os jogadores de NL100 a NL500 fazem de diferente quando estão no big blind e enfrentam essa aposta em um flop semelhante a este? Eles aplicam check-raise com mais ou menos frequência nas seguintes categorias, de modo geral?
- Com mãos trash (principalmente backdoor draws)
- Com pares baixos
- Com draws
- Com segundos pares
- Com top pairs
- Com dois pares+
O que você acha? A resposta pode te surpreender.
Em um flop como este, com uma textura média-alta e rainbow, vemos que o regular médio tende a aplicar check-raise com mais frequência em geral.
- Mais frequentemente com mãos trash (backdoor draws)
- Mais frequentemente com pares baixos
- Mais frequentemente com draws
- Menos frequentemente com segundos pares
- Mais frequentemente com top pairs
- Menos frequentemente com dois pares e mãos melhores
Até aqui, tudo certo. Mas o que isso realmente significa para nós quando estamos no button nessa situação? Como podemos usar esse conhecimento?
Quando inserimos essas descobertas no solver, ele nos dá uma resposta sobre como podemos explorar um oponente que joga dessa maneira.
Se reduzirmos a frequência de check-raise do big blind com second pairs e two pair+, e aumentarmos a frequência de check-raise com pares baixos, draws e top pairs, encontraremos a melhor estratégia para jogar como button. Contra uma estratégia que é simplesmente mais agressiva no geral, também queremos ser mais agressivos. Devemos aplicar three-bet o dobro do que faríamos contra um jogador GTO, pois isso pune diretamente o range de check-raise mais fraco do big blind. Também devemos foldar muito menos, simplesmente porque temos mais equidade contra o range deles.
Como podemos ver, contra oponentes reais que não jogam GTO, já podemos ajustar nosso jogo e começar a explorar no flop.
Infelizmente, mesmo quando um call é bom, às vezes você simplesmente vai encontrar a parte mais forte do range do seu oponente.
