Vinícius Marques, o "Vini Marques", é um dos grandes expoentes do poker brasileiro e Team PokerBROS Friend. Um dos grandes teóricos do poker nacional, ele já deu treinamento para jogadores consagrados do poker brasileiro, como Pedro Padilha. Hoje, eles estreia sua coluna no GipsyTeam e fala sobre um dos grandes vilões dos jogadores de poker: o tilt.
Uma das frases mais ouvidas nos clubes de poker é: “não me queimo quando levo uma bad beat, mas, sim, quando jogo mal. Definitivamente, este é o mindset correto, porém, alguns jogadores são honestos consigo mesmos e outros, para proteger seu ego, tentam esconder que seus sentimentos efetivamente afetam suas ações.
Conseguimos ver reações emocionais mais facilmente em outras pessoas do que em nós mesmos.
É muito comum os jogadores admitirem que são emotivos, mas que as emoções não afetam o seu jogo. Essa é uma mentira tão grande quanto quando aquele cara de 18 anos convida a namorada para ir ao motel só para conversar e todos sabemos que a intenção não é só a de conversar (pelo menos na maioria dos casos).
Todas as emoções afetam o nosso “modus operandi” e falo por experiência própria, tanto na questão do jogo quanto na situação descrita no parágrafo anterior.
O que fazer então?
O ser humano em geral não consegue fazer grandes mudanças nos seus sentimentos, mas pode e DEVE controlar as suas reações. Enfim, criar uma rotina de conduta é o único caminho. Jogadores ganhadores trabalham duro para isso através de diversos métodos — um dos principais é a PROFILAXIA, que significa, antecipar-se ao problema.
Quando analisamos alguns dos grandes jogadores do poker nacional aprendemos com eles, e cada um têm seus métodos preventivos.
Vou citar alguns exemplos:
Pedro Padilha
O genial jogador e treinador fala sempre com a maior tranquilidade do mundo: “bora começar tudo de novo, abre mais telas que é o único caminho”.
Melhor jogador do Brasil, ele usa até mesmo de técnicas de respiração e Yoga para lidar melhor com as situações extremas.
Tudo isso é muito válido, mas é muito particular. Eu mesmo usava e uso a rotina de mudar minha trilha sonora e fiz isso tantas vezes que ficava nítido quando eu tinha que ter cuidado com o meu tilt. Quando não estou escutando música, levanto por alguns minutos, pois o prejuízo é menor. Identificar onde se está mais vulnerável e quando está prestes a perder o controle emocional é uma grande qualidade.
A profilaxia é o único caminho para evitar o descontrole emocional e cada um deve buscar a melhor rotina para evitar o tilt — e isso depende de autoconhecimento, a maior virtude de uma mentalidade competitiva vencedora.