No dia 3 de março, o regular do poker ao vivo dos EUA Maurice Hawkins conquistou seu 18º anel do WSOP Circuit. Sua vitória no torneio de $1.700 de buy-in lhe rendeu $140.752.

"Eu tenho paciência," disse Hawkins após sua vitória. "Sou um psicopata, entendo de teoria dos jogos, tenho sorte e tenho Deus. Eu não posso ser parado."
Hawkins é realmente consistente. Ele raramente joga torneios caros e, só neste ano, já fez ITM 15 vezes em eventos com buy-ins entre $130 e $1.700.
Maurice frequentemente se envolve em polêmicas. Em 2022, seu antigo backer Randy Garcia fez as seguintes declarações:
Maurice já passou a perna em tantas pessoas. Ele tenta se impor na mesa, sempre rebaixando e insultando os outros, como se fosse o melhor jogador de poker que existe. Quem se importa se ele tem 14 anéis e está quebrado? Acho que a comunidade do poker deveria bani-lo, porque ele é um babaca com todo mundo e já mentiu e enganou várias pessoas. Eu já banquei outros jogadores sem nenhum problema, porque eles têm integridade e caráter. Maurice não tem nenhum dos dois. Então, ele pode continuar rodando o circuito e fingindo que é o melhor, enquanto desrespeita os outros. Mais cedo ou mais tarde, isso vai voltar para ele – se a justiça não pegar ele antes.
A última vitória de Hawkins também veio acompanhada de controvérsia, mas, desta vez, não teve nada a ver com seus backers ou sua credibilidade financeira (ou a falta dela).
Com três jogadores restantes no torneio, Divyam Satyarthi foi all-in do small blind com , e Hawkins pagou no big blind com .
O board veio . O dealer rapidamente muckou as cartas de Satyarthi e empurrou as fichas para Hawkins.
Ninguém percebeu o flush (embora muitos nas redes sociais têm certeza de que Hawkins viu), e Satyarthi foi eliminado em terceiro lugar, levando $64.458.
A mão foi mostrada no Poker.org e capturada em vídeo.


Os jornalistas só perceberam o erro depois que o torneio já havia terminado. Eles imediatamente informaram os organizadores, mas já era tarde demais. Jeff MacMillan, repórter do Poker.org, comentou:
Ninguém notou o flush na hora. Foi um momento confuso, onde o jogador que ficou em terceiro lugar achou que seu par era a melhor mão até que a sequência foi declarada vencedora e o pote foi dado a Hawkins."
A situação gerou uma grande polêmica no meio do poker. O jogador de poker ao vivo DJ McKinnon opinou:
Obviamente o dealer e quem mais estiver na mesa deveriam notar isso, mas, na minha opinião, o repórter nunca deveria interferir.
Já Carter King discordou:
Discordo completamente. As cartas estão abertas, na mesa. O pote deveria ir para a melhor mão e, se isso não acontecer, qualquer um que notar deveria falar algo."
McKinnon então colocou a questão em votação:
Um membro da mídia de poker está observando uma mão sendo jogada em um evento. O repórter vê o dealer errar ao declarar o vencedor e empurrar o pote para a pessoa errada, sem que ninguém mais na mesa perceba o erro. O repórter deve informar sobre o erro?

Nos comentários, ex-funcionários do PokerNews e outros jornalistas foram categóricos ao dizer "não".
"Nunca, em nenhuma circunstância, jamais," escreveu Brad Willis, editor-chefe do Poker.org.
A opinião dos jogadores ficou dividida.
Chance Kornuth afirmou:
"Sempre me ensinaram que cartas abertas falam por si só... Não vejo por que isso deveria se limitar apenas às pessoas sentadas à mesa, mas posso ser convencido do contrário."
Já Matt Waxman ficou surpreso com a discussão:
Nem acredito que isso é um debate. Se você gosta da pessoa, diga que ela tem a melhor mão. Se não gosta, fique quieto.
O renomado diretor de torneios Matt Savage lembrou que não há regras que proíbam jornalistas de intervir e que, em seus torneios, ele até encoraja isso:
Literalmente, as únicas pessoas que não querem que a mídia de poker fale algo são os próprios jornalistas. Eu entendo que muitos de vocês sentem que não é seu trabalho ou não é seu lugar, mas eu ainda prefiro que vocês intervenham a deixar um jogador errado ganhar o pote – especialmente se ele sabe que está errado.
Em uma coluna para o Poker.org, Savage reforçou sua posição:
Estou dizendo que, no futuro, quando vocês virem uma situação parecida, um repórter ou um espectador deve corrigir o erro, porque isso é pela integridade do jogo.
No entanto, o Diretor de Estratégia e Desenvolvimento de Poker do MGM, Sean McCormick, discordou:
Provavelmente serei criticado, mas estou do lado de que a mídia de poker não só não deve, mas NÃO PODE auxiliar jogadores ou funcionários durante uma mão... mesmo no showdown.
O profissional Shaun Deeb também defendeu que jornalistas não devem interferir:
Toda a mídia de poker é ensinada a não se manifestar. Sim, o Savage gostaria que fosse diferente, mas eu prefiro muito mais que um repórter fique em silêncio do que tenha o poder de escolher para quem falar e para quem não falar.
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O profissional Patrick Leonard analisou o vídeo da mão e concluiu que o maior erro foi da organização do torneio:
- Por que Satyarthi não prestou mais atenção em sua própria mão?
- Por que o dealer muckou as cartas tão rápido?
- Quando Satyarthi disse que achava que tinha ganhado, por que o dealer nem hesitou?
- Como o repórter conseguiu manter a calma?
- Onde estava o floor?
Mais tarde, ele ainda questionou os jogadores na mesa:
Quem eram os caras no assento 5 e 6? Eles com certeza viram isso. Não é dever deles dizer algo, mas, na minha opinião, é bem antiético. Mais a responsabilidade deles do que do repórter. Tem algum vídeo depois disso? Eles simplesmente seguiram em frente? Não tem como cinco pessoas não terem percebido. Isso é um trote de primeiro de abril adiantado?
Matt Berkey fez uma observação sarcástica:
Bom, um deles era o Maurice, então...
Rachel Kay Winter escreveu que, em seus quatro anos como repórter de poker, houve duas ocasiões em que percebeu um erro. Em ambas, ela silenciosamente informou os dealers, que ficaram muito gratos.
Muitas pessoas a apoiaram nos comentários, mas Shaun Deeb discordou:
Desculpe, mas isso é simplesmente terrível. Toda a mídia de poker com quem já conversei foi ensinada a ser uma 'mosca na parede' e nunca influenciar o torneio. Você deveria ter sido repreendida ou demitida por interferir no torneio, mesmo que tenha feito isso para ajudar um amigo.
O profissional David Yan levantou uma questão interessante:
Não estou dizendo que é a mesma coisa, mas você acha que, se um jogador literalmente roubar fichas do stack de outro jogador e ninguém perceber, o repórter pode ou deve dizer algo?
A discussão continuou:
Se você se lembra do trapaceiro do Partouche, que usava falsos repórteres, outros jornalistas notaram isso já no Dia 1, alertaram o PokerStars e nada foi feito até um torneio posterior.
Isso foi um pouco antes do meu tempo, mas me lembro vagamente. Isso não responde à pergunta, no entanto.
"Tenho certeza de que repórteres já perceberam coisas que 'Men the Master' fez, e ele ainda assim continua jogando."
(Nota do editor: provavelmente referindo-se a Men Nguyen, um jogador com histórico de suspeitas de trapaça.)
O Poker.org entrou em contato com os jogadores envolvidos na mão para obter comentários.
Divyam Satyarthi assumiu a culpa pelo erro:
"Acho que a responsabilidade principal é minha. Como jogador, eu tinha a obrigação de conferir minha mão duas vezes."
Já Maurice Hawkins preferiu jogar a culpa nos organizadores:
Metade das vezes, nem tem um floor presente na mesa final. Então, acho que é algo que deveria ser responsabilidade do dealer e dos jogadores. Mas, se você está numa mão, é melhor proteger sua equidade e prestar atenção.